terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Até quando vamos ficar de fora do circuito nordeste, brasileiro, mundial?

por Márcio Menezes, presidente do Bumba Records
 
Atualmente no Brasil, os produtores e artistas vem se encontrando para discutir e tentar encontrar maneiras de se viver de música no país (veja livro sobre o assunto no site www.futurodamusica.com.br), ou mesmo para debater sobre as vantagens e desvantagens geradas pela grande rede. Enquanto isso, os produtores e artistas independentes de Teresina continuam caminhando a passos lentos e sem perspectivas profissionais. 

Inicia o ano de 2009, e o calendário de eventos do circuito da música independente no Brasil inteiro está pipocando. Festivais, feiras, seminários e encontros feitos por produtores independentes em parcerias com a iniciativa privada e o poder público vem passando por cima da crise e criando oportunidades de mercado para o setor. Mesmo assim, quem da nossa música piauiense vai ao Rec-Beat e Porto Musical em Recife, ao Rio Music Conference no Rio de Janeiro, ao Psycho Carnival 2009 em Curitiba, ao Grito de Rock da America Latina em Porto Alegre? Será que isso não é importante pra nós? 
 
Precisamos desenvolver um trabalho sério e pontual através de nossos produtores, artistas, parcerias privada e pública, para se poder formatar um modelo de negócios para o setor da produção musical do estado. Pra que melhores exemplos, como dos nossos vizinhos? Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, entre outros, realizam eventos anualmente. Abrindo mercado para os seus produtos e artistas, principalmente para a Europa. Por meio de bons produtos, sim, mas, através de produtores conectados à sua identidade cultural, empresariado sabedor de suas commodities culturais, poder público criativo e eficiente. Dando assim um grande passo de inclusão profissional e de suas potencialidades econômicas regionais.

O Bumba Records, a exemplo do que iniciou em agosto de 2008 em vários eventos realizados com a classe artística, vai continuar incitando ações conjuntas com a cadeia produtiva da música para chegar a uma alternativa de saída desse marasmo em que nossos produtos musicais e artísticos se encontram. Seja essa debilidade fruto da incompetência de agentes públicos, como os responsáveis pela proteção e incentivo à cultura do estado; ou pela falta de maturidade e pretensões profissionais de uma boa parcela dos artistas locais, que deixam passar orçamentos destinados ao fomento econômico de atividade musical para gerenciadores de órgãos públicos de cultura que não são profissionais, nem criativos, e nem mesmo tem algum projeto para o setor.

Precisamos abrir os olhos para nossas oportunidades. Temos que ver pelo lado positivo da coisa. Nós temos produtos de qualidade para entrar no mercado sim, nos falta apenas aprender de fato a lidar com o mercado e pôr esse aprendizado em prática. Veja bem: se por um lado o mercado da música no Piauí não se estabeleceu com excelência profissional; por outro, temos um vasto e potencial mercado completamente escancarado. Simplesmente esperando que ajam para que ele dê resultados.

Saiba mais sobre os eventos citados:

Rec-Beat 
21 a 24 de fevereiro
Cidade: Recife
Estado: PE

Rio Music Conference 
18 a 24 de Fevereiro
Cidade: Rio de Janeiro
Estado: RJ

Psycho Carnival 
19 a 23 de fevereiro
Cidade: Curitiba
Estado: PR

Porto Musical

Grito de Rock da America Latina 
20 de fevereiro a 10 de março

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